quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Audiência Pública na Câmara dos Vereadores discute explosões de bueiros na Cidade

Para acompanhar e analisar as medidas a serem adotadas pela Light, concessionária de serviços públicos, e pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL quanto aos acidentes ocorridos na rede subterrânea, bem como intervenções visando a modernização do fornecimento de energia elétrica, a Comissão Especial da Câmara do Rio, presidida pela vereadora Rosa Fernandes (sem partido), promoveu audiência pública, na última terça-feira (23/08), para discutir as recentes explosões de bueiros ocorridas na Cidade.

                                          Foto: Grasy Salme
Vereadores e Executivos discutem soluções para as constantes explosões de bueiros nas ruas do Rio
A audiência foi iniciada com o questionamento da presidente ao representante da Light sobre em que locais os equipamentos subterrâneos estão sendo implantados. Rosa Fernandes quis saber qual seria a participação da Prefeitura do Rio no processo de contratação de uma terceirizada para fazer levantamento e cadastramento dos bueiros com risco de explosão e, ainda, quem será responsável pelo projeto. A parlamentar também lamentou a ausência de representante da empresa fiscalizadora ANEEL e lembrou que a Light, antes vista como empresa responsável, com os últimos acontecimentos perdeu credibilidade diante da população carioca. “Ficou claro que a empresa não sabia o que estava acontecendo, por conta disso a Light virou uma piada nacional. Se a empresa tivesse informações anteriores sobre o que poderia acontecer, teria tomado as medidas rapidamente. Em minha opinião, é um acúmulo de falta de investimento que provocou as consequências que vivemos hoje. Uma total falta de responsabilidade da Light”, disse a parlamentar.
O superintendente de Operação e Manutenção de Redes da Light, Erminio de Souza Pinto, informou que a rede é extensa e que as áreas consideradas mais importantes são o Centro e a Zona Sul, regiões pequenas se comparadas à Barra da Tijuca e a outras regiões da Cidade, que contam com rede subterrânea antiga apresentando muitos problemas. Erminio também informou que desde a aquisição de parte do capital da Light pela Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG, a empresa de energia vem passando por uma reestruturação, com a reavaliação de todo sistema e a contratação de profissionais internacionais não só para estudar as explosões dos bueiros, como também visando aumentar seus investimentos. “A Light não tem só a rede subterrânea. Precisa investir em todos os outros segmentos da empresa. Estamos investindo muito na reestruturação da rede subterrânea para minimizar os casos de explosão dos bueiros da Cidade”, esclareceu Erminio.
 Sobre a questão da participação da Prefeitura, o subsecretário de Engenharia e Conservação da Secretária Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SECONSERVA), Marco Aurélio Regalo de Oliveira, esclareceu que a partir dos estudos feitos pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA/RJ, o Prefeito Eduardo Paes resolveu contratar uma empresa terceirizada para fazer o monitoramento emergencial dos bueiros e que o orçamento será de responsabilidade dos cofres do Município. O projeto tem um orçamento estipulado em R$ 4 milhões de reais e tem o objetivo de vistoriar sessenta mil bueiros, em seis meses, para diminuir o risco de acidentes na Cidade.
 As informações foram confirmadas pelo secretário de Conservação, Carlos Osório que ressaltou que, de acordo com a declaração de Rosa Fernandes, o Município não tem atribuições legais para fazer este monitoramento, mas que a Prefeitura não poderia ficar inerte em relação aos últimos acontecimentos. “Nosso monitoramento é independente da Light e da CEG. Foi uma decisão de tomada pelo Prefeito com os atores envolvidos: ANEEL, LIGHT, CEG, CREA e o Ministério Público para que, com esta parceria, sejam tomadas medidas que solucionem os problemas de explosão dos bueiros. Para isso foi contratada a empresa CONCREMAT e, quando há um protocolo de risco de explosão, o local é isolado, o Centro de Operação da Prefeitura é acionado, os técnicos de emergência vão ao local para tomar as providências necessárias e dar a solução”. informou o secretario.
Fizeram uso da palavra o vereador Professor Uóston (PMDB), que se disse satisfeito com o trabalho da Comissão, e o relator da Comissão, o vereador Leonel Brizola Neto (PDT), que criticou a empresa ANEEL por não realizar o trabalho de regularização das concessionárias de forma adequada. “A agência reguladora não teria significado em existir, a não ser pelas privatizações acontecidas neste país, por exemplo a CEG, entregue a uma multinacional francesa, que não disponibilizou nenhuma informação sobre seus investimentos. Também aproveito para parabenizar o trabalho que a Prefeitura vem realizando sobre esta questão das explosões dos bueiros”, declarou o parlamentar.
A presidente da Comissão encerrou a audiência informando que foi proveitosa, já que os participantes tiveram coragem de dizer o que pensavam sobre o assunto. “Acho que o ambiente nos permitiu falar mais claramente e é isso que a Comissão propõe. Para mim, esta foi uma das audiências mais produtivas que já assisti nesta Casa”, disse Rosa. Também participaram da audiência o deputado estadual Pedro Fernandes, o 1° vice-presidente do CREA/RJ, engenheiro eletricista Cleyton Guimarães do Vabo e o diretor-geral da CEG, Antoni Almela.

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