domingo, 8 de maio de 2011

Dança é o ponto forte da Expotchê

Feira comercial traz apresentações de dança ao Rio

Em sua primeira exibição no Rio de Janeiro, a Feira anual Expotchê trouxe a Cidade Maravilhosa uma decoração tipicamente gaúcha com direito a reprodução de neve na entrada e bonecos de neves espalhados por todo o pavilhão um do Riocentro. Cerca de 60.000 mil pessoas, estiveram presentes na feira, que aconteceu de 1 à 10 de abril, e acompanharam de perto as tradições gaúchas, entre elas as apresentações de coreografias de danças do sul.

As danças folclóricas, foram executadas em todos os dias do evento, diversos grupos fizeram apresentações de coreografias ao som das músicas regionais. A União Tradicionalista Gaúcha do Rio de Janeiro(UTGRJ), presidida por Marcos Machado levou a feira a Companhia de Dança Grupo Gaúcho, do bairro de Pilares, que demostraram alguns passos de danças como o balaio e convidaram o público para a evolução da famosa coreografia do pezinho. 

 Grupo Gaúcho convida o público para dançar 

Gaúcha e moradora do Rio há 25 anos, a professora e guia turística, Lissete Schutz, foi uma das voluntárias que dançou junto com o grupo. 

-Eu gosto muito de dançar e sempre que posso frequento feiras como esta para relembrar a minha terra natal. Gostei muito da feira, mas acho que faltou um pouco de divulgação. Vi o comercial na televisão, mas tive que ir no site procurar mais informações como horários e valores.

Outro voluntário foi o vendedor autônomo, Deonisio Theisene. Para ele os jovens de hoje tem vergonha de dançar. 

-Eu adoro preservar as minhas tradições. Fui dançar porque amo. Toda semana eu vou aos bailes da terceira idade da minha cidade.

A aposentada, Glória Fonseca de Melo faz parte do Grupo Gaúcho. Na feira foi uma das voluntária para a execução da dança dos pezinhos. Glória diz que o evento foi maravilhoso e ainda aproveitou para fazer um convite. 

-Lamento não ser de sangue gaúcho, mas estou totalmente entrosada neste grupo que faço parte. O Grupo Gaúcho é maravilhoso e quem quiser pode se apresentar na nossa sede e dançar com a gente.

O carioca Raphael Tavares, é um dos integrantes do Grupo Gaúcho desde de 2000. Apesar de ser do Rio de Janeiro é filho e Neto de gaúchos. 

-Como minha família já é do Sul, eu sempre escutava histórias e nunca tive chance de visualizar. A primeira vez que vi a apresentação do grupo foi numa universidade e fiquei louco com aquilo e disse tenho que entrar de qualquer maneira. Tive que me esforçar porque eles faziam seleção e tinha que saber sapatear. Fiquei ensaiando que nem um louco em casa e onde eu ia eu sapateava, no dia da seleção eu fui selecionado. Na minha opinião a dança é pouco divulgada e tentar expandir a cultura de um outro estado é sempre um processo lento e trabalhoso, mas dentro do possível as pessoas aqui são bem receptivas.

Para o Presidente da Confederação brasileira da tradição gaúcha, Dorvilio José Calderan, os jovens não aderem as danças gaúchas como uma tradição. 

-A dança gaúcha é linda e maravilhosa mas existe pouca divulgação de nossas danças, o povo tem medo de se achegar. Acho importante chamar estes jovens para dançar a música gaúcha, os costumes gaúchos, acho que esta faltando um pouco disso.

O presidente da CBTG Dorvílio, sua esposa Loiva e Glória uma das integrante do Grupo Gaúcho

Outros grupos que também se apresentou na feira foi o Grupo Folclórico Novo Hamburgo, que existe há 31 anos. Os cantores e dançarinos exibiram seus passos como xote carrerinho, chula e facões. Além de sapateios, evoluções com boleadeiras e com o bombo leguero, um tambor originário da Argentina feito de tronco de árvore oco revestido com pele curtida de animais. O grupo buscou a interação com o público e convidaram uma moça corajosa para a execução de uma coreografia.

O dançarino Marco Aurélio usou com a estudante Danielle Oliveira, a coreografia das boleadeiras, instrumento composta de bolas metálicas ou pedras arredondadas amarradas entre si por cordas tendo em cada uma das extremidades uma das bolas. Marco rodou as cordas ao redor do cabelo da estudante. “Fiquei com muito medo, minha perna está tremendo até agora. Fiquei muito nervosa. Eu sempre lia sobre as tradições gauchas na internet e hoje vi aqui para conhecer de perto”, declara a natural de Piauí.

Marco Aurélio supera a deficiente auditivo e executa coreografia perigosas

Marco é deficiente auditivo e mental, além de ter uma perna menor do que a outra e os dedos dos pés atrofiados. Dança desde 11 anos de idade e aprendeu tudo sozinho, só de olhar. É filho de pais bailarinos e sapateadores. O dançarino profissional, também toca violão e gongo, mas tem que tocar sozinho, pois não consegue acompanhar ninguém em razão da surdez. Surdo de nascença, Marco só tem 15% da audição, o que dificulta ainda mais a execução de suas coreografias. Apesar da dificuldade por parte da deficiência, ele nunca errou nenhuma evolução.


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