Artur
Mariano ressalta a importância de saber ouvir
“Um grande líder sabe ser
ordenado”. Está foi uma das frases pronunciadas pelo Presidente da Confederação
Brasileira de Muay Thai e representante oficial nas Américas da World Muay Thai
Federation (WMF) e do Center Conservation, Artur Mariano, que participou no último dia 16 de maio, na Faculdade Pinheiro Guimarães de uma entrevista com
os alunos da disciplina de jornalismo esportivo.
O mestre ressaltou durante a
entrevista a importância do diálogo e que os atletas precisam saber ouvir seus
líderes. De acordo com o ex-lutador, atualmente as
pessoas são muito influenciadas o que dificulta a questão da comunicação entre
o mestre e seus aprendizes. “Os alunos hoje não querem te ouvir e este é um
esporte que necessita de um aprendizado diário” disse.
Foto divulgação
O ex-lutador é hoje comentarista
do canal Combate e faz os eventos de MMA do Ultimate Fight Championship
(UFC) e K-1 para o Sportv da Globosat. É Campeão mundial do IVC (Internation
Vale Tudo Championshipp) em 1997, onde venceu três lutas numa noite. Artur
Mariano também é formado como Mestre de Muay Thai, é professor de Boxe, faixa
preta de Jiu Jitsu e ensina MMA. Além disso, possui um projeto social no bairro
do Parque da Cidade, no Rio de Janeiro, onde ensina jovens de comunidades, com
faixa etária de 10 a 17 anos, sem custo algum, exigindo apenas que os alunos tenham
o mínimo de conhecimento de chão e luta em pé.
Em
relação ao ensinamento, o mestre informou ser um trabalho complicado, pois os
atletas não precisam apenas de técnica, mas também ter disciplina no tatame. “Venho
de uma época que não se lutava de luvas e fui presenciando o crescimento do
esporte ao longo dos anos. Hoje a popularização do MMA dificultou um pouco,
pois os atletas se deixam influenciar pelo estrelato e pela fama” explicou. O
comentarista usou o exemplo de Anderson Silva, que durante uma de suas disputas ficou fazendo brincadeiras durante a luta que acabaram atrapalhando seu
desempenho na competição.
Questionado
sobre o pouco número de mulheres no esporte, Mariano falou que ainda existe
muita discriminação por parte das famílias que não aceitam que suas filhas
pratiquem um esporte tão violento como o MMA, e que existe um preconceito
também do público que acompanha as lutas, que querem ver agressividade
masculina e não uma competição de mulheres. Ele é pai de três filhos, dois
meninos e uma menina e alegou que não gostaria que sua filha fosse lutadora. O
ex-lutador também contou que sua mãe nunca aceitou sua escolha por um esporte
tão violento, prova disso, é que ela nunca foi a nenhuma de suas competições.
Outro
tema abordado foi sobre a popularização do esporte no Brasil, segundo o
ex-lutador a divulgação das competições ainda é escassa. Artur Mariano afirmou
que a mídia só transmite os eventos do UFC. “No dia 12 de maio, aconteceu o
Jungle Fight in Rio, na Tijuca, que não foi divulgado pela mídia. Este evento,
inclusive, teve distribuição gratuita de ingressos, ao contrário do que ocorre
no UFC onde os valores dos ingressos são altíssimos” informou.
O atleta terminou a entrevista dando um conselho aos alunos
que desejam cobrir o MMA. “Um jornalista esportivo precisa ler sobre os
eventos, ter um bom network, perguntar sempre tudo o que puder e saber ouvir
seus professores, pois eles passarão todo o ensinamento necessário” aconselhou
o comentarista. Artur Mariano também apostou que um de seus alunos, Victor dos Santos,
de 17 anos, é um forte candidato a futuro campeão de MMA no Brasil.
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