sábado, 20 de novembro de 2010

Profissional de radialismo esportivo na Faculdade Pinheiro Guimarães

Setorista do Vasco concede coletiva aos alunos da FPG
 
No último dia 05 de novembro, Jorge Eduardo que atualmente trabalha no Sistema Globo de Rádio (SGR) como Setorista do Vasco da Gama, concedeu entrevista coletiva aos alunos da Faculdade Pinheiro Guimarães, para contar o cotidiano do profissional de rádio esportivo e como é cobrir um time carioca.

Conhecido por ser polêmico, Jorge ressalta o crescimento da Internet e relata que cada dia mais há uma convergência entre os veículos de comunicação, onde rádio, jornal e televisão estão cada vez mais inseridos na Web. Além disso, fala sobre à importância de se adaptar ao novo modelo de profissional multifuncional, onde o repórter do rádio, precisa trabalhar também no site e com o crescimento do portal, precisa gravar vídeo para inserir na página, realizando diversas funções para se manter empregado, pois se recusando facilmente será substituído por um recém-formado. O setorista diz ser contra este novo modelo, pois por realizar diversas funções, o repórter acaba não fazendo seu trabalho bem feito, resultando na desvalorização do seu trabalho. Mas, segundo ele, é necessário se adaptar ao modelo, pois está é a tendência dos meios de comunicação, onde todos precisaram saber exercer todos as atividades dentro do veículo de atuação.

O Polêmico setorista, relata que a relação com as equipes dos clubes as vezes é complicada 




Formado pela própria Faculdade Pinheiro Guimarães, o setorista diz ser à favor da obrigatoriedade do diploma de jornalista, pois o jornalismo atrai muitas pessoas pelo seu falso glamour e sem o certificado de conclusão de curso, qualquer pessoa, ainda que tenha feita a faculdade pela metade, pode dizer ser formado em jornalismo e escrever qualquer coisa. “O grande perigo é achar que você é a fonte da informação, que você não é você, você é o seu veículo, isso é extremamente perigoso. As pessoas tem esta ilusão de que o jornalismo é só você escrever qualquer coisa, o que é diferente de você pegar cálculos, dados mais científicos para montar sua matéria.”

Partindo para sua área de atuação, Jorge ressalta que a forma de entrevista no futebol mudou, antigamente era possível, após o término do jogo, o acesso aos vestiários dos jogadores. “Era possível olhar na cara dos jogadores e sentir o clima e realizar a entrevista. Se o clima estava ruim, alguém chegava no seu ouvido e dizia que o cara estava estressado e que até já tinha chutado o armário e você ia com jeitinho, descobria e dava a notícia. Hoje você só descobre algo importante dois, três dias depois, por um ou outro motivo. Por outro lado, o acesso aos vestiários era constrangedor, pois tirava a privacidade dos jogadores.”
Questionado sobre o companheirismo profissional, Jorge ressalta que dentro do jornalismo, existe uma discussão de que a notícia não tem dono, se a pessoa tem a notícia ele precisa passá-la. “Particularmente, se eu exercesse cargo de chefia e tivesse um cara da minha equipe, designado para fazer aquela cobertura, eu iria chegar e dizer: Tenho esta informação, eu vou te dar esta informação, você por favor execute. Se esta informação já estivesse apurado, eu passava sem pudor, nem receio. Amanhã se eu tivesse uma notícia do Fluminense, eu iria passar para o setorista do clube. Isso acaba virando uma troca. Mais é preciso cuidado, pois no nosso meio existe muita competitividade.”

Outro assunto abordado, foi a relação com a equipe dos clubes, que em alguns casos, discutem com os jornalistas. Jorge relata que recentemente, teve problemas com Paulo César Gusmão, onde o jornalista fez uma pergunta e o treinador deu uma resposta atravessada e desde então sempre acontecia um mal estar nas entrevistas. “É um erro você achar que porque você é o setorista do clube, você tem o poder de interferir na vida do cara. Como por exemplo, este Felipão é muito ruim, vou derrubar este cara. Você não vai derrubá-lo, você tem o chefe de reportagem, o chefe de redação, o diretor, um monte de gente encima de você que vai ouvir seu comportamento e vai dizer: Quem é você para fazer juízo de valor? Para julgar? Acha que isso é bom para empresa? Também não vamos achar que só porque o cara é jornalista que pode levar desaforo para casa, o cara é ser humano, é gente. Eu, por exemplo, sou muito reativo, não sirvo de exemplo, mas a reação que os caras tiveram em São Paulo com nariz de palhaço, eu achei perfeito. “
Para Jorge, a chegada de Gilmar Ferreira, como novo gerente de esporte do SGR, trouxe novas perspectivas à equipe, além de uma motivação, pois Gilmar trouxe uma nova linha filosófica à equipe.
Para Jorge falar de futebol todos os dias gera uma monotonia que irrita às vezes, por isso busca criar novas pautas, usar da criatividade e sempre inovar.
Rubro negro declarado, busca sempre a imparcialidade. Acredita ser mais fácil trabalhar com o Cruz Maltino, pois se cobrisse o Flamengo seria mais crítico.









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